Dia dos Pais
Lendo tal texto, poderia eu fazer um resumo e dizer que este fosse meu ou engrandecer ainda mais, pois o título sugere. Não, Pedro Bial fez não só uma, mas vários laços entrelaçados como só ele mesmo sabe laçar e me comoveu.. vai o texto:
Texto de Pedro Bial
Para começo de conversa, vamos esquecer a consangüinidade.
No Dia dos Pais, celebramos um laço afetivo. E não há laço afetivo que nasça
pronto.
“Se não fosse seu pai, você seria amigo dele?”, eis uma pergunta que embatuca muito malandro e gente boa.
Como diz Keanu Reeves, num filme maravilhoso chamado Parenthood, inacreditavelmente vertido no Brasil como O tiro que não saiu pela culatra
“Nesse país, você precisa de licença para caçar, licença para pescar, licença para dirigir… Para ser pai, não, qualquer um…” Não estou falando em tentar legislar mais um aspecto da vida privada, nisso o Brasil já se esmera e supera. Falo do desejo de ser pai – da preparação que isso requer, do trabalho que dá, de como é caro –, falo da flor de estufa que é a ideia de pôr alguém no mundo, falo na tragédia de ser um filho indesejado, órfão de pai vivo. Olhe bem à sua volta, observe os novos pais, eles estão em todos os lugares. Quem tem mais de 50 anos, que se lembre do medo e timidez dos velhos pais, pobres provedores. Alguns podem ter dado sorte, mas a norma eram pais cheios de cerimônia com seus filhos e filhas, que mal ousavam carregar um bebê, que dizer usufruir da intimidade da criança ou ser aliado de uma pessoa em formação, solidário amigo, que sabe ouvir e, portanto, é ouvido.
Taí uma grande contribuição da “emancipação feminina”: libertar o homem de uma couraça social e íntima, permitir a ele afinar a casca, alma cheirando a talco, entregue ao encantamento de tornar-se pai a cada dia. E quando reconhecer um desses novos pais, não ache que é elogio cacofonizar: “Parece uma mãe!”
Não, é um pai.
Tornar-se pai é a experiência mais transformadora que alguém pode viver. Alguns não conseguem. Ter um filho muda a nossa maneira de trabalhar, de dirigir o automóvel, de ver o filho dos outros, de lembrar a criança que fomos e os pais que tivemos, quando os tivemos. Nossa generosidade, mais que testada, nos é revelada. É absoluto: alguém por quem você é capaz de morrer, de verdade.
Quando minha primeira filha biológica nasceu, ouvia choros noturnos inexistentes, alucinações de pai de primeira viagem. Escrevi, data vênia, esse poema:
quando gritas,em teus sonhos,escuto tua voz no meio da praça no meio da cabeça.cada desejo teu em mim treme:olhas o céu, vejo azul,pinto peixinhos na franja do teu banho.és a pastora, eu o rebanho.toda essa lã é tua e nada de mal pode te acontecer.dorme, sou colchão e travesseiro,sou o mundo inteiro e só tu existes além disso.a eternidade é o nosso compromisso.
(Dedicado a Francisco Daudt da Veiga e Atticus Finch)
Há muitas pessoas que prendem os pássaros em gaiolas, em suas casas, para apreciarem o seu cantico
Mas nunca perceberão que, eles nao cantam de alegria e sim "choram" de profunda tristeza...Por isso que compus este poema.
Espero que reflita!
Bjs. Aurora
Pássaro Ferido
Aurora Faggi Perini
Estou aprisionado há muito tempo.
Tão pequenino é meu habitat...
Minha familia, meus amigos e meu amor,
onde estarão agora?
Não vejo mais o esplendor do amanhecer,
nem tenho mais a alegria de outrora.
As noites e os dias para mim são iguais,
dependo de alguém para viver..
Onde estará o Sol da manhã de outono,
que banhava
meu corpo saudável em águas cristalinas
e o alimento que eu mesmo procurava!....
Queria sonhar também, assim como você!
Que saudade...do pé de Jatobá!...
Das revoadas em bando, cruzando os céus
em acrobacias, mirando a terra a girar.
Como é triste agora a minha vida,
ficar longe de minha amada,
da minha familia querida que um dia
me acalentava e dos
alimentos que a todo momento
eu os levava!
Estou só,
longe do aconchego, dos braços,
do carinho do meu amor em noites enluaradas,
que juntos contemplávamos o universo
das almas enamoradas!...
Porque fizeste isso comigo,
qual foi o mal que te causei?
Tenha pena de mim...reflita!
Veja...
...meus filhotes agora sem meu sustento,
talvez estarão sem vida!...
Ai, como dói meu coração!...
Porque querer- me de enfeite para tua alegria,
se a tua alegria é minha tortura?
O meu canto aqui nesta gaiola,
preso, sem vida, sem amor, sem guarida,
nesta imensa solidão ,
não é o meu cantar de alegria
nas manhãs e tardes ensolaradas
e sim,
o meu chorar de tanta agonia!
(Direitos Autorais Reservados)
Como disse em minha família existem diversos seguimentos culturais, e esta Mineira que viveu a maioria de seus anos, mais ou menos 60 anos, é Sambernadense e minha tia.
Como ela eu faço a pergunta: Você gostaria de morrer solto ou morrer preso? |
Exílio
Como deixaste passar tanto o tempo...
As flores que enfeitavam meu coração
secaram, murcharam.
Já não sinto seu perfume
que exalava por todo meu ser,
eu as vi fenecer...
Porque?
Porque agora me procuras,
se em cada noite sombria
aumentava a dor da tua ausência...
Quantas vezes acordei em sobressaltos
agarrada ao travesseiro
e várias vezes, rolando nos lençóis
sonâmbula, busquei os braços teus,
e como um espectro
pousava nos sonhos meus.
Porque?
Não percebeste que o tempo é sabido,
inteligente e aperfeiçoador,
que exila com a dor
depois solta-se em fúria
arrebentando tudo
para novos encontros,
novo amor?
Porque afastaste tanto,
deixando meu coração em pedaços,
triste, acabrunhado,
sem forças para amar
e tendo a vida para continuar...
Ah, esse sofrimento me marcou!
Virou do avesso
as linhas marcadas que
o mundo me proporcionou...
Porque afastaste
nos momentos que mais precisei
de ti, dos teus carinhos, do teu chamego,
do teu jeito de falar, de sorrir,
do teu olhar, da tua voz sussurrante,
do nosso gostoso jeito
de amar?
Como me exilei !
Já não sinto mais eu.
O silêncio fechou meus olhos,
minha boca,
meu coração,
já nem sei mais amar...
O tempo desta vez parou,
enganou-me para não sofrer...
Cobriu de encantos os dias meus,
ibernou-me nas esferas
celestes e com um poder divino
fez-me de ti esquecer...
Agora me queres,
pedes para eu voltar,
como?
Como voltar
se dentro do meu coração naquele
cantinho especial,
ficou uma pedra em teu lugar....
As flores que enfeitavam meu coração
secaram, murcharam.
Já não sinto seu perfume
que exalava por todo meu ser,
eu as vi fenecer...
Porque?
Porque agora me procuras,
se em cada noite sombria
aumentava a dor da tua ausência...
Quantas vezes acordei em sobressaltos
agarrada ao travesseiro
e várias vezes, rolando nos lençóis
sonâmbula, busquei os braços teus,
e como um espectro
pousava nos sonhos meus.
Porque?
Não percebeste que o tempo é sabido,
inteligente e aperfeiçoador,
que exila com a dor
depois solta-se em fúria
arrebentando tudo
para novos encontros,
novo amor?
Porque afastaste tanto,
deixando meu coração em pedaços,
triste, acabrunhado,
sem forças para amar
e tendo a vida para continuar...
Ah, esse sofrimento me marcou!
Virou do avesso
as linhas marcadas que
o mundo me proporcionou...
Porque afastaste
nos momentos que mais precisei
de ti, dos teus carinhos, do teu chamego,
do teu jeito de falar, de sorrir,
do teu olhar, da tua voz sussurrante,
do nosso gostoso jeito
de amar?
Como me exilei !
Já não sinto mais eu.
O silêncio fechou meus olhos,
minha boca,
meu coração,
já nem sei mais amar...
O tempo desta vez parou,
enganou-me para não sofrer...
Cobriu de encantos os dias meus,
ibernou-me nas esferas
celestes e com um poder divino
fez-me de ti esquecer...
Agora me queres,
pedes para eu voltar,
como?
Como voltar
se dentro do meu coração naquele
cantinho especial,
ficou uma pedra em teu lugar....
Autora: Aurora Faggi Perini
S.B.Campo, São Paulo

Voltar Casa dos Amigos
Clique aqui
Livro de Visitas
Deixe aqui o seu chamego.