A CORPORAÇÃO MUSICAL CARLOS GOMES
Eu vivo estudando o mundo
musical, principalmente no que diz respeito a minha cidade (São Bernardo do
Campo) e porém eu não tenha tido as mesmas oportunidades que o pessoal da Banda
Metalurgia(que foram da minha época) só comecei ficar chateado com a prefeitura
de SBC anos depois , quando tudo estava parcialmente aniquilado.
A Corporação Musical Carlos
Gomes, não a mais antiga do município , mas a que sobreviveu até com a nova
Geração que veio em 2009.
Eu vivi este momento, vi a
corporação em todas as entradas solenes na Marechal Deodoro e, diziam que
quando eu estivesse velho, eu iria pra lá, seria meu porto seguro, e isso foi
dito em minha frente pelo ex prefeito Tito Costa, seria então uma “quase
promessa que a corporação não teria fim”.
Ouvindo a Carlos Gomes(1977 a 1989),
que eram raros os momentos, ela tinha o brilho de uma nota lapidada, um ar de
militarismo em todas as apresentações, e os dobrados, marchas eram executados
com uma perfeição que mesmo uma das melhores bandas de São Bernardo não
conseguia dar e, em fim , a corporação dessa época era de velhos, mas tinham
uma técnica fantástica.
Só os melhores músicos entravam
na corporação, mas como o Maestro disse, foram ficando velhos e acabou, mais ou
menos assim!
Não foi só isso, velhos todos
ficamos, mas as administrações municipais não deram suporte. Assim, desde 1983,
as verbas foram cortadas para a cultura em administrações do Aron Galante e
Walter Demarchi quando em 1990 chegou algo para revigorar, a pedido do prefeito
Mauricio Soares,mas a câmara não aceitou.
O Maestro que está no vídeo, não
podia dizer que foi por este motivo e, foi louvável tentar mais uma vez dar um
up nas bandas de São Bernardo do Campo. Desde 2001 tento dar vida as bandas, as
fanfarras(que são muitas) mas sem expectativa pois vinha a mesma resposta “A
verba que vem para a Cultura é pouco, temos x cruzeiros para pagar todas as
demandas culturais e a cidade precisa de educação” esta frase foi dita e não
aguentei de remorso por não ter agido antes.
Em 2009, tendo a Secretaria de
Cultura, foi dado este ponta pé inicial, mas logo vimos que a briga era grande
e complexa, pois os pais perderam a noção do que é cultura, ou, que musica é um
lazer e não trás benefícios monetários e nem coloca comida na boca dos seus.
Mas estes mesmos pais, adoravam ir em situações solenes, ouvir boa musica e
digo, você pai, que disse não ao teu filho, que disse estude, vai ter que aguentar
essa geração de funkeiros do rio onde vc ouve musica de manhã, de tarde e de
noite, sem respeito ao seu descanso... isso é o que vc pediu.
Conhecer musica (de verdade)
exige muito da mente, muita responsabilidade por cada execução, é a forma que
tem forma e deve ser usado em sala de aula. Após eu ter recebido do ex prefeito
Tito Costa uma bolsa de estudos para estudar na Fundação das Artes de São
Caetano do Sul, meu pai disse que eu deveria ter uma profissão e então estudar
para tal... então eu deveria me tornar um gerente , um técnico, depois eu iria
atrás do meu “hobie”.
Fiz o que meu pai mandou e depois
peguei a carta do Tito Costa e fui para a FASCS... logo eu estaria tocando em
bailes, shows, big bands e a bandinha de um bairro pobre, mas nobre e rico em
musica e meu pai me levava em todos os locais.
Você pai deve estar se
perguntando, se eu vivo da musica! Não , não vivo da musica , mas certamente
não sobreviria sem ela.
A Corporação Musica Carlos Gomes,
aquela que foi fundada em 1924, não existe mais, o que existe são crianças e
jovens, que são da antiga Banda Mirim destruída com 60 instrumentos e a Banda
Jovem com 30 instrumentos, também destruída, tentando reviver boas épocas de Banda, no caso
a Corporação que ultimamente não tem se apresentado nas ruas Sambernadenses. Em
situações solenes, dificilmente ela irá, porem se ela não vai, temos uma(só
uma) banda que ainda vai em apresentações, a Corporação Musical São José que,
pelo tempo de trabalho, dedicação, é ponto cultural desde o ano passado. Quem
sabe se a Corporação Musical Carlos Gomes, dessa nova geração, pensar em “o que
será das bandas?” ou “quero deixar algo para que meu filho ou meu neto possa
desfrutar” teremos novamente aquela Corporação.
Vejam bem, quem vos conta esta
história é um musico que antes de bandinhas infanto juvenis, estudou outras
profissões, acabou em musica, e viveu cada momento em São Bernardo do Campo e
digo UMA CIDADE SEM BANDAS É UMA CIDADE SEM VIDA.
Dia 20 de agosto esta próximo , é
aniversário de São Bernardo do Campo, o pessoal da Weril, que nos conhece muito
bem, sente por este descaso... quem for a Marechal Deodoro na comemoração verá
as poucas vidas musicalmente falando.
Mas deixando mais uma coisa para
pensar e mostrar aos pais que uma banda é muito melhor , coloco em suas mãos...
seu filho ou neto tocando em uma banda ou os mesmos tocando pancadão e fuck do
rio?
Mozart Faggi
Mozart Faggi
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